O que se vê por aqui

Resolvi criar essa página pra comentar o que inclui a minha salada mista de ativismo. Chamar de ativismo é um pouco de megalomania da minha parte, pq a atuação que eu tenho hj é ir mudando meus próprios hábitos e falar disso pras pessoas sempre que tenho oportunidade, e o blog é uma tentativa de aumentar esse alcance... é um ativismo pequeninho, mas eu realmente acredito que as pequenas coisas importam, que cada pequeno hábito que conseguimos mudar é uma super vitória para o futuro de todos e um afago que fazemos na Terra, um pedido de desculpas sincero pelo dano que já causamos inconscientemente; cada olhar novo sobre as coisas é a nossa energia reverberando universo afora de uma maneira mais luminosa :)
Escrever sobre essas coisas, além de um grande prazer pra mim, é um resultado da consciência de que dar e receber é colocar a energia da vida em fluxo, e se estou aqui hoje e sou feliz por quem sou, é que muita gente investiu em mim, direta e indiretamente - os textos lidos na internet tiveram um super papel nesse processo, então escrevo também, como forma de gratidão, disponibilizando o que recebi adiante. Quando alguém se sente grato por algo que eu fiz e quer retribuir de alguma forma, eu costumo dizer que vou me sentir super recompensada se algo for feito por outra pessoa quando o momento surgir. É muito bom entrar no fluxo da prosperidade de todas as coisas boas, a gente vai espalhando no vento e o vento vai trazendo de volta - gentileza, comprometimento, carinho, abundância material, gratidão, acolhimento, inspiração, generosidade, apoio... amor :)
A lista abaixo não é exaustiva pois cada vez mais eu atento para questões e causas que me chamam, e de alguma forma tento incluir na minha ação por um mundo melhor... que a consciência e o círculo de amor sigam se ampliando!
Ninguém além de nós pode libertar a nossa mente (Bob)
Há poucos anos eu estava passando por uma situação de vida que me motivou a ler sobre feminismo e sobre como é enraizada na nossa sociedade a mentalidade machista de culpar a vítima, de deixar certos trabalhos para as mulheres, de esperar da mulher uma conduta diferente da do homem, também de esperar do homem que se comporte assim e assado... além das óbvias atrocidades contra a mulher que se vê no noticiário, a grande descoberta para mim foram esses pequenos detalhes, esses pequenos atos e pensamentos que a gente recebeu de criação e seguiu repetindo sem nem reparar. Enquanto essa mentalidade nas pequenas coisas não mudar, ela será o combustível para as grandes violências eventuais. E foi a partir desse raciocínio, que provavelmente eu levaria muito tempo pra fazer não fosse o fato de que eu estava sofrendo com esses pequenos ato de machismo no meu dia-a-dia e estava sentindo o quanto aquilo doía e era injusto, que eu me tornei apaixonada pelas lutas das minorias (interessante que nem sempre é minoria numérica, como é o caso das mulheres, dos negros e pardos... o q define é a relação de opressão contra o diferente ou o mais fraco). Comecei a reparar nas silenciosas (e nas nem tão silenciosas assim) opressões que a sociedade coloca sobre o que não é branco, o que não é hétero, o que não é rico/classe média, o que não é inteligente, o que não é estudado, o que não é saudável, o que não é bonito e atlético, e passei a racionalmente combater tudo isso nos meus atos, no meu discurso, no meu pensamento. A mudança de mentalidade é um trabalho individual de consciência, mas a realidade da opressão só vai mudar com esse trabalho interior de conscientização e a formação de redes promotoras dos direitos e do valor desses grupos. A melhor palavra que eu encontro para definir esse trabalho não é combate ao preconceito, pois não gosto de colocar o foco no preconceito (já que as palavras criam realidades): é empoderamento, um aportuguesamento do "empower" do inglês, dar poder, dar forças, dar condições psicológicas e materiais de justiça diante das desigualdades, enquanto ainda não temos uma realidade de igualdade. Nos posts com esses assuntos, vai ter marcador de EMPODERAMENTO!
Aí a vida foi seguindo, eu e o Rô já falávamos eventualmente sobre comer ou não comer carne e a gota d'água veio no fim de 2014, com um livro que ele leu - ele resolveu parar, eu parei junto e desde lá eu me tornei ávida por informações sobre ética animal e as implicações ecológicas, sociais e de saúde de consumir produtos de origem animal (escrevi sobre vegetarianismo aqui). Estive vegana por quase todo 2015, e depois "estabilizei" ovolactovegetariana (contei esse caminho aqui), sendo que entendo no veganismo saudável a melhor postura alimentar possível, junto com muitos outros hábitos e escolhas vinculados à sustentabilidade. Acho muito importante que as pessoas saibam o que comer carne significa, para então poderem escolher com consciência. Por isso eu escrevo a respeito, falo sempre que alguém se interessa, tento colaborar para a desconstrução dessa apatia generalizada que se construiu na sociedade em relação ao sofrimento impingido às espécies de corte, em relação ao que significa pro nosso meio ambiente sustentar os rebanhos. Faço também um aparte aqui: ninguém tem o monopólio da boa ação no mundo, e eu não compactuo com o extremismo que às vezes se vê no movimento vegano. Estar vivo e comer significa gerar impactos pras outras espécies. Quando comemos transgênicos, estamos comendo alimentos derivados de testes em animais e que causaram extermínio da fauna nativa para estabelecer monocultura, por exemplo. Como querer valorar a moralidade da alimentação vegana em comparação a de alguém que vive dos seus cultivos e consome meus próprios alimentos de origem animal? Eu não quero entrar nessa briga. Toda mudança pro bem é válida, mas a humildade e o não julgamento dos outros precisa existir. Pra falar de tudo isso numa ótica de respeito e humildade, tem pelo blog tem marcador VEGETARIANISMO :)
Nesse meio tempo, em 2015, comecei uma pós-graduação em Saúde e Espiritualidade, depois de quase 10 anos de formada (eu fiz Biologia na federal do RS logo depois de acabar o ensino médio). Eu trabalho fora da minha área de formação e gosto muito de atender público no INSS, que é o que eu faço já há alguns anos... então eu imaginava que não voltaria a estudar formalmente, apesar da minha sede infinita por informação relevante pra vida e de estudar muito por conta própria sobre tudo o que me interessa hehe. Eu fui criada numa família espírita e a minha forma de entender o mundo, de buscar o exercício do amor ao próximo e de me esforçar por me melhorar veio sempre através dessa ótica, que é o exemplo de amor e de reforma moral através da expansão da consciência, que Jesus nos deixou, acrescido do entendimento de que a nossa individualidade, nossa consciência é extracorpórea, e essa consciência assume um corpo físico para se manifestar neste plano material. Independentemente do entendimento que cada um possa ter acerca das leis que regem a nossa vida, trabalhar a espiritualidade é absolutamente benéfico - espiritualidade entendida como o nosso relacionamento íntimo com as questões existenciais, com o objetivo de vida, com a busca por felicidade. Autoconhecimento é libertador porque a gente deixa de ser uma folha ao vento dos acontecimentos e assume responsabilidade sobre a vida, sobre as escolhas, sobre os sentimentos. Buscar o bem de todos, e não só o nosso e dos nossos afetos, hoje me parece ser o único caminho que leva à possibilidade de bem aventurança real nesse mundo cheio de caos e injustiça, e faz todo o sentido quando se toma em conta o aspecto energético do nosso ser em conjuntura às leis físicas que regem o universo! Eu sempre entristeci ao ver esse entendimento relegado aos círculos religiosos como se fosse uma parte do dogma, "tem que ser bonzinho só porque Deus quer", ou ainda ver como as pessoas mais intelectualizadas muitas vezes diminuem os argumentos de quem fala em amor como coisa de gente piegas, gente utopista (esse post fala mais sobre isso). Durante a faculdade, tive bastante oportunidade de entrar em contato com essa ótica por vezes arrogante de entender que a ciência tem o monopólio do entendimento do mundo, uma esfera em que se desconsiderava e diminuía essas questões mais sutis ligadas a sentimentos, emoções, energias. Por essa ligação acadêmica que fez parte da minha história, desde que eu soube que existia a Associação Médico-Espírita do Brasil, em 2009, eu comecei a seguir seus congressos e seminários. Aqueles médicos e cientistas me encantavam com a abertura com que defendiam o paradigma espiritualista diante de seus pares na academia, um ambiente inóspito com tendências à ironia quando qualquer assunto parecia voltar-se ao que se condicionou entender como "coisa de religião". A defendem na academia porque simplesmente é uma hipótese plausível cientificamente e porque o paradigma materialista, que instituiu que a matéria gera a consciência, se esgotou sem dar explicação para diversos fenômenos claramente observáveis e reprodutíveis, como quer o método científico (vai ter post sobre isso!). Eu imaginava nunca voltar ao meio acadêmico, depois de ter vivenciado esse ranço da ciência na faculdade de biologia, sendo uma pessoa espiritualista que busca esclarecimento e que não vive de dogmas. Mas foi só ver a propaganda do curso, que ia começar aqui em Porto Alegre em 2015, fui igual criança correndo me matricular nessa pós-graduação maravilhosa. Não importa no que eu me envolva, sempre vai ser pela ótica do amor, da compreensão, da resiliência - não que eu consiga sempre agir assim né, mas é a minha tentativa! Eu tenho convicção de que esse é o meu caminho pra ser feliz, pra ser saudável do corpo e da cabeça, pra fazer bem pra mim e para tudo o que me cerca. Com o tempo, fui vendo que o foco principal do blog é esse mesmo: autoconhecimento e despertar, porque as mudanças externas só se sustentam quando estão embasadas dentro de nós. A planta só vinga com raízes saudáveis né... por isso pelo blog tem muuuuito marcador ESPIRITUALIDADE!
Depois do veganismo, eu logo encontrei nas minhas perambulações facebúquicas informações sobre alimentação viva e crua, que foi algo que vivi por algum tempo (esse post é sobre isso). Alimentos que carregam vitalidade e sutileza são uma grande forma de dar um help pra capacidade de autorregeneração do corpo, juntamente com outras práticas muito ligadas à espiritualidade. Saúde se constrói com hábitos, e quanto mais eu estudo mais vejo que o senso comum está mais a serviço do bolso das grandes empresas do que da nossa saúde. Essa construção de saúde só é possível se for tratada como um assunto de prioridade na vida, não dá pra terceirizar a preparação do seu alimento e viver comendo na rua sem pensar no que se põe pra dentro, não dá pra acreditar em tudo o que se vê na tv. O estudo e as conclusões devem ser de cada um, diante das informações que se apresentam, com o discernimento de filtrar o que se ouve: quem está ganhando o que com aquela informação? Serve não só pros assuntos de saúde, mas pra toda a informação que se recebe. Quanto à alimentação, hoje eu tento um meio tempo entre a praticidade que a vida requer e os hábitos promotores de saúde. Gasta mais tempo sim, e aqui fica um convite à reflexão sobre o tempo das nossas vidas que gastamos com trabalho remunerado, a ponto de não sobrar tempo de ir na feira. É a nossa qualidade de vida, e a nossa própria vida no jogo. Por isso, também tem por aí o marcador SAÚDE :)
No meio de tudo isso, eu me vi cada vez mais ligada e sensível às questões relativas ao nosso ambiente, à nossa Terra amada, que nos provê e nos aguenta mesmo com todo o dano que causamos a ela. O meu caminho até adquirir essa consciência (esse post é sobre isso) é o meu maior promotor de aceitação de que cada pessoa tem o seu tempo para acordar pra necessidade de mudança. Eu fiz uma faculdade de biologia e nem assim, na época, a questão ambiental me tocou o coração como me toca hoje! Por isso eu digo que posso repassar as informações que recebi aqui, posso encher o ouvido de alguém com fatos que tornam óbvia a necessidade de mudança, mas o processo transformador é absolutamente pessoal, é a pessoa com ela mesma, com a sua consciência. Eu desde que me lembro fui anticonsumo supérfluo, adepta de transporte alternativo, mas o interesse em observar a fundo cada ato da minha vida como uma escolha que eu posso mudar pra ser mais sustentável é bem recente. Assim como é recente o meu olhar para o nosso cenário de produção de alimentos, e a minha militância pela promoção da agricultura familiar ecológica atenta à necessidade de integração com a terra e seus ciclos. Esse pensamento é essencialmente ambientalista, mas que tem necessários reflexos sociais e políticos, pois o modelo de desenvolvimento econômico que o capitalismo busca é incompatível com um planeta de recursos finitos, é promotor da vida indigna de tantos que vivem sem o básico para que poucos vivam com excesso, é inaceitável como parte natural do funcionamento de um sistema. É tão clara a necessidade de mudarmos de sistema de pensamento, de nos enxergarmos como uma coletividade cooperativa em união à Terra que nos nutre! Tento hoje reduzir todos esses meus impactos, aprendendo com as experiências das pessoas e vendo o que funciona na minha vida, diminuindo o lixo aqui de casa, reduzindo e escolhendo minhas compras para promover a agricultura na qual eu acredito, comprando local e reutilizando, criando redes com as pessoas que pensam e lutam por essa nova realidade também, e por aí vai. Nesses posts tem o marcador SUSTENTABILIDADE!
Com toda a leitura que veio dessa salada de interesses, a gente sempre vai conhecendo pessoas, histórias, projetos que nos alentam o coração, que nos fazem seguir com coragem por saber que não estamos sozinhos, que nos mostram que somos já herdeiros de gerações passadas de idealistas que, estes sim, foram os que iniciaram estes processos de mudança e levaram no couro toda a incompreensão e resistência. Sou muito grata ao jornalismo alternativo do bem, hehe, que faz chegar até nós as notícias desses pequenos focos de luz espalhados pelo mundo, ou que nos lembram do histórico desses movimentos, do quanto já se caminhou. Pra seguir o fluxo e o compartilhamento de tudo isso, vai ter o marcador INSPIRAÇÕES!
Por fim, é claro que cada marcador tem vários desdobramentos, assim como se interligam. Cultivo orgânico é bom pra comunidade que planta e pode viver com mais dignidade e saúde no interior, é bom pra saúde de quem come, é posicionamento político na escolha da compra do alimento, é paz na consciência por se saber atuando pra um mundo melhor - uma ação consciente no bem tem repercussões enormes, a gente nem faz ideia! Então, as postagens sempre têm mais de um marcador ;-)
Espero que gostem, que sugiram assuntos e abordagens, que me mostrem as pessoas e projetos inspiradores que vcs conhecem também!
Bjs

P.S.: Essa é a primeira versão dessa página, que esteve no lugar do conteúdo acima de 2015 a 2016.

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